quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Por Sua Boca

apesar de tudo, tentei escrever algo pela visão da pessoa que mais me machucou até hoje.

Por Sua Boca
sentada na beira na cama
sem saber o que fazer.
por trás das paredes brancas
o mundo desmorona
mãos sujas sustentam uma mente confusa.

Olá fim, meu doce amigo
Olá solidão, minha única companheira
queria fechar os olhos
esquecer os erros do passado,
o que eu te fiz
e o que te tirou de mim

percorro vagarosamente
com minha séptica e turva mente
cada pequeno passo da nossa infância,
cada pequeno adeus, cada pequeno reencontro,
cada infantil e louca jura de amor eterno.
e tudo lentamente se perde no ar,
entre meus dedos...

vidas doadas, inocências perdidas 
uma antiga certeza remexe nas cinzas
do que um dia foi o sonho mais intenso.
Vou deixar para sorrir amanhã
talvez haja um caminho em algum coração
talvez haja lugar junto a alguma alma

Não sei o que há além dessas paredes
me perco em meus próprios passos
eu já nem sei mais o que sou

O que nos resta agora
além de vidas para esquecer?
além de tortuosos caminhos a seguir?

Meus olhos negros como o céu
agora, já não refletem mais
o suave e difuso verde dos seus.
D-CODE 30/12/2010

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