segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Gänger

Me surgiu a mente agora a tarde:
Gänger

vendo sonhos!
vendo ilusões simples de uma vida alcalina,
vendo as palavras que você quer ouvir,
promessas fáceis e irreais.
Construo amores eternos
e planejo toda uma vida ao seu lado
só por brincadeira.
Te iludo para te esconder da verdade,
a solidão nem sempre é opcional!
Amanhã, quando seus olhos se abrirem
eu estarei a kilometros de distância daqui
vendendo essa utópica paixão
a um outro coração perdido.
Para mim será só mais um nome
sobre os escombros de muitos outros.
Estou vendendo lembranças a se esquecer
e muitas outras quinquilharias sentimentais,
paixões ardentes que morrem aos primeiros raios de sol.
Prostituo-me pelo simples toque da sua boca
e te exorcizo de cada canto do meu corpo enquanto tranco a porta;
Não me lembrarei de você, nem do modo como arruma seu cabelo
ou como me olha nos olhos;
não lembrarei do seu toque ou do gosto da sua saliva;
Serão apenas arranhões numa vida vazia
ou uma dúvida em uma plácida tarde de domingo.
Caberá a você esquecer apenas uma noite de sua vida
apenas um olhar vago
que se esconde atrás de um mentiroso verde.
Vendo placebos e similares.
vendo drogas alternativas e tudo que não é palpável
vendo suas vontades mais obscuras
e te jogo deslealmente na realidade.
Porções fugazes de felicidade,
quantizações ínfimas de apego
 eu sou apenas um fantasma de seus pecados,
uma sombra que vagará na sua mente.
E existirei apenas nas doces linhas de suas tragédias.
Desapareço por entre as cortinas de seu quarto soturno
enquanto recito Shakespeare ao seu ouvido.
Estou vendendo minha vida.
pelo simples preço de ser importante para alguém
ao menos por uma noite lúgubre.
D-CODE 17/01/2011

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